A gritaria estaria ensurdecedora. Manchetes internacionais, protestos no Leblon, vídeos no Instagram com artistas chorando em preto e branco, aço nas varandas gourmet. O mundo gritaria “Censura!”, “Ditadura!”, “Ataque à democracia!”. E com razão. e4q5e
Mas quando um humorista como Léo Lins é preso no governo Lula, boa parte da imprensa se cala, os artistas aplaudem e os militantes batem no peito defendendo que “piada tem limite”.
A pergunta não é só “e se fosse no Bolsonaro?” — a pergunta é: por que a prisão de um humorista é aceitável para uns e inaceitável para outros dependendo de quem está no poder?
Durante o governo Bolsonaro, qualquer crítica à classe artística era recebida como autoritarismo. Mas agora, sob o manto do “politicamente correto”, um comediante é preso por seu conteúdo artístico — e os mesmos que se diziam defensores da liberdade batem palmas.
Imagine Gregório Duvivier, Marcelo Adnet ou Paulo Vieira sendo presos em 2020 por alguma piada contra cristãos, militares ou evangélicos. O país pararia. Mas quando Léo Lins é preso por fazer piadas fora da cartilha da esquerda, o discurso é de “limites da liberdade”. É uma balança quebrada, onde só pesa para um lado.
O verdadeiro teste da liberdade de expressão é quando ela protege aquilo com que você não concorda. Quando ela resguarda o direito de alguém dizer o que você considera ofensivo. E esse princípio está sendo enterrado — com aval da sociedade.
Se o Estado começa a prender comediantes por falas no palco, o próximo o é punir jornalistas por manchetes e cidadãos por postagens. Hoje é Léo Lins. Amanhã pode ser qualquer um.
Já pensou se fosse no Bolsonaro?
Pois é. A diferença não está no ato, mas em quem o comete. E é exatamente isso que separa uma democracia de um regime disfarçado de tolerância.
Até a próxima! Vou agora ouvir a música Cálice de Chico Buarque.
Uma resposta 302046
Ia ser o fim dos tempos, iriam dizer para todo o universo incluindo outros planetas que no Brasil começou a ditadura, a esquerda é hipócrita!